terça-feira, 27 de outubro de 2009

MEU PEDACINHO DE CHÃO

Eu e mi`a mulé morava num recanto
Que era chei de encanto.
Cultivav`um roçado
Criav`algumas criação.
Mas um dia um fazendero disgraçado
Fez um caxixe cum Dr. advogado
tomaro minhas terra e té meu gado
Eu virei escravo de patrão.
Agora, trabaio de sol a sol

Cumeno minha boia-fria
Nem tenho tempo de vê o arrebol.
Cadê a reforma agrara
Que o guverno diz que faria?
Entra ano e sai ano
Minha esperança vai s`acabano.
Ah! que sardade que sinto
do meu pedacinho de chão
Ond`eu não tinha que perta o sinto

Pra pô pra famia cumida na mesa.
Carne de porco e de galinha não faltava.
Leite de vaca pras crianç`eu tirava.
Naquele tempo, às vezes, eu oiava
Pra tud`aquilo e surria.
Hoje, choro a sardade de tudo que perdi.
Às vezes, óio pra vastidão do universo
E por mais que cas pessoa converso
Não consigo intendê como ser humano pode

Dizê qu`é mais ivuluído
do que qualqué antropoide
Pruque macaco ninhum vive
Da mão-de-obra do outro
Como o ser humano patrão vive
Acumulano riqueza através da exploração.
Boia-fria só vira cidadão
Quand`é época de eleição.
Os politi`canalhas nos prrocura

Todos chei de frescura
Prometeno o mundo e o fundo
Mas depois das eleição
O buraco da pobreza se torna mais profundo
Pruque além de traí as promeça de campanha
Inda comemora com champanha
comprada co dinhero público.
Por essas e otra é que sô contra
Tod`essa canalhice do Estado burguês.

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