terça-feira, 30 de novembro de 2010

PASSARINHO ME CONTOU

Não, não acredito! Será mesmo verdade que, o Homem que abria a Porta da Esperaça, que é o dono do Baú da $ felicidade, foi passado para trás... Difícil imaginar o Sr. Abravanel a nenhum, vendendo o almoço para comprar o jantar..."Passarinho me contou que iss`é conversa pra boi dormir"... Imagina! Ainda que ele tenha caído no conto do vigário, Passarinho me disse que ele continuará sorrindo e perguntando à platéia nas tardes de domingo:
- Quem qué dinheiro? Ahhhhhuuu, ahaaaiiii!
Certamente, afirma o Passarinho, ele tem muitas divisas no estrangeiro, que não estão ao alcance dos golpistas, porque ele não é bobo nem nada. Assim sendo, quiçá, depois que o todo-poderoso Sr. Abravanel partir desta vida, ele conhecerá a pobreza, descobrindo que "Lá do Outro Lado", muita vez, quem foi o maior aqui, será o menor lá. Daí, neste dia, haverá muito choro e ranger de dentes...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

VELHARIAS

Velharias, histórias de um tempo que ficou para trás; mas que nunca me esqueço. Quando tinha uns três ou quatro anos, minha mãe me disse que eu deveria me chamar Abelardo; mas meu pai não me registrou com esse nome. Fiquei desapontado com ele, porque achava o nome Abelardo mais bonito que o meu. Além disso, tinha um tio de quem eu gostava muito que se chamava assim.
Velharias... tempos difíceis aqueles sobretudo para crianças, adolescentes e mulheres. A organização familiar nuclear ainda era totalmente regida pelo patriarcalismo. Criança e adolescente na maioria dos lares não podiam nem deviam dar opiniões, tomar parte na conversa de adultos, nem questionar as decisões paternas. Elas deveriam ser acatadas pelos filhos, senão eles teriam direito de obrigá-los a isso, fazendo uso da cinta e, em alguns casos, até mesmo do chicote. Velharias... episódios de uma época terrível, que ficaram retidos em minha memória, que não gosto nem de lembrar.
Eu, como já supra disse, adorava tio Abelardo e a Tia Camila. Eles, sempre que vinham nos visitar, tratavam meus irmãos e eu com muita amabilidade. Era, por assim dizer, uma verdadeira festa em nossa casa todas às vezes que os recebíamos. O melhor de tudo é que nunca se esqueciam de trazer doces para nós, sobrinhos. Morávamos num sítio. Excetuatuando essas raras ocasiões eu e meus irmãos não tínhamos a oportunidade de saborearmos aquelas guloseimas compradas na cidade. Ah! como eu gostava de chupar um pirolito vermelhinho que eles me davam, cujo formato era de um apito.
A julgar pela maneira carinhosa que titio Abelardo nos tratava, sempre muito calmo, conversando num tom pausado, sem nunca se exaltar, jamais imaginava que no recesso de sua família ele pudesse ser, digamos assim, um monstro para com os seus... Certa vez, vieram ao sítio nos visitar, pediram a meus pais que deixassem levar-me para passar alguns dias na companhia deles. O pedido foi concedido. A princípio fiquei feliz. Contudo, ao chegar à residência deles, eu, que não estava acostumado a ficar longe dos meus, queria porque queria tornar a casa. Mas o carinho de minhas duas belas primas, somado aos pirolitos de apito que me deram me fizeram mudar de ideia.
Juliana, a minha prima mais velha, já estava se tornando adolescente. Tinha pele sedosa e trigueira, cabelos compridos e negros, olhos grandes, lânguidos e brilhantes. Próximo ao lábio superior, uma pintinha preta, que lhe caía muito bem. Em verdade, ela deveria ser uma verdadeira tentação para os rapazes, provocado neles muitas poluções noturnas.
Pouco a pouco, fui me acostumando a conviver com eles que nem pensava mais em voltar pra casa. Titio abatia bois e os vendia para os açougues. Numa manhã, Juliana me levou ao abatedouro. Fiquei chocado quando vi titio abater um boi. Lembro-me ainda que me deram a bexiga do boi para eu brincar; mas acho que a recusei.
Numa tarde eu brincava na sala. Súbito, titio abelardo irrompeu casa adentro, trazendo Juliana de arrasto pelo braço, proferindo uma torrente de palavras de baixo-calão.
- Sua cadela sem-vergonha, eu já te disse que não quero ver você agarrada com esses pilantras safados, que andam por aí. Puta vagabunda! Pera lá que já te mostro uma coisa...
- Não, pai, não pai! Eu não faço mais isso! Ai, pai, não me bate!
De balde as súplicas dela. Ele a levou para o quarto, debaixo de cintadas, onde terminou o serviço... E que serviço! A pobre coitada ficou com as pernas, costas e nádegas cheias de vergões. Depois, ainda deitou salmoura nas feridas, o que fez minha pobre prima urinar nas pernas de tanta dor. Mediante aquela cena violenta, fiquei terrificado, querendo voltar pra casa na mesma hora, temendo que o monstro me batesse também. Velharias... monstruosidades que se cometiam apenas dentro do âmbito familiar e tudo em nome da boa educação.

HAY KAY

Bem, no seu reinado
O grã Rei não se fita...
Ou a visão, blau-blau...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

MULHER FRUTALÍCIA

Dentre todas as mulheres,
Você é a que mais quero.
Olhe, não estou com lero-lero,
Pois sou mui sincero.

É mui bom ter-te sempre a meu lado:
Na praia, numa festa, na cama...
Vamos! m`abraça, m`inflama,
C`a sua chama...

Mulher frutalícia,
minha grã delícia,
Que me faz delirar,
Qual lobo fitando luar...

Uuuuuuuuuu!!! Uuuuuuuuuu!!! Uuuuuuuuuu!!!
É vuco, vuco, vuco...
Menina travessa,
que bole comigo!

Hoje vou te amar
Na tarde, nua
Usando somente as vestes
De tua formosura singular.

domingo, 14 de novembro de 2010

BASTIÃO CULTURAL

Tem, tem sim - tem lugares que deveriam dar apoio à cultura, mas não dão; outros,que dizem apoiá-la; mas, em verdade, querem é lucro e, nada mais. Certa vez, pedi ao coordenador da Biblioteca Vicente de Carvalho que me cedesse um espaço para que eu organizasse um recital de poesia, uma vez por mês. O sujeito me disse que não dependia somente de ele, que iria pedir altorização aos seus superiores. Se pediu, eu não sei; mas até hoje o espaço não me foi cedido. Há no Brás um bar bem legal, no qual é feito um sarau a cada 15 dias. O lugar é simples; mas mui acolhedor. Lá há espaço pra qualquer forma de expressão artística, desde que esta seja original. Por exemplo, ontem, dia 13/11/10, eu e a Lourdinha nos apresentamos no referido estabelecimento. Encenamos a primeira cena de nossa peça, A Descoberta. Foi muito gratificante. Os assistentes não eram muitos; mas conseguimos prender a atenção destes durante o tempo todo. Houve até um comentário de uma mulher, que conseguiu se identificar com a personagem Arminda, representada por Lourdinha. Ao término, fomos muito ovacionados, tal e qual se houvéssemos feito a encenação num teatro. São lugares como aquele que nos incentivam a continuar produzindo arte. Digamos assim: lá é um verdadeiro bastião da cultura, cujas portas estarão sempre escancaradas pra receber a CULTURA.

domingo, 7 de novembro de 2010

AMANHECER...

Eu e ela,
O tempo passando,
Sempr`eu e ela...
Beijos, travessuras leitais...
Sempre jungidos um ao outro.
Passam dias, vêm dias,
Semanas vão
Noss`amor permanece
Intenso, tórrido qual verão.
Meu Deus! já faz um ano que a conheci!
Ou terá sido anterior a isso?
Quiçá, em um outro ontem...
Não importa o tempo!
O que importa mesmo
É que nos reencontramos.
O que mais importa
É que,
Juntos,
numa só emoção...
Iremos continuar...
Aqui,
Ou em outro lugar...
Após o anoitecer...
Quando tudo, tudo, tudo...
Amanhecer...