terça-feira, 20 de outubro de 2009

BELELÉU

Sô fia dum agricultô!
Moramo numa tapera.
Papai diz qu`é mui filiz
Que o bom Deus li dera
Mamãe e eu para ele
Porqu`ele nos considera

A maió riqueza do mundo.
Sô muit`apegad`a ele.
El`é u`amô de pessoa.
Às vezes, peço par`ele
Mi alevá lá na fêra.
subo na cacunda dele

Pois nem cavalo temo.
Vamo nóis pelo caminho
Falano qual papagaio.
com muito, muito carinho
Pára, pega nos arbusto
Meia duza de gainho

De fulôs linda do campo
Infeit`a cabeça minha
Mi dá um montão de bejo
Mi diz que sô sua lindinha.
quando chegamo na fêra
Vejo muitas bonequinha

Nas barraca dos ferante.
Sei qu`ele não tem dinhero
Pra comprá uma pra mim.
Aí, nem faço berrero.
El`acaricia meu rosto
completamente, intero

Triste por não mi podê
Fazê aquele grã mimo.
Quando voltamo pra casa
Mostra pur que eu li`istimo.
Faiz u`a boneca pra mim.
Não é igual a que vimo

Pruqu`él`é de pano.
mas tem té mais valô
que foi feita com carinho.
Como não li tê amô?
El`é tudo qu`eu mais amo.
Com coração chei de dô

É que tô lembrano dele.
Sempre vi mamãe falá
Quando perdi`alguma coisa
Que tal tinha ido pra lá,
Ou seja, pro Beleléu.
eu prifiro criditá

Que o meu papai não morreu
Que no Beleléu tá,
com saudade, é verdade
Mais m`esperano lá,
Já que tudo pra lá vai
Que prezamo par`está

Sempre do nosso ladinho.
ah!paizinho! que saudade!
Cê foi pro Beleléu cedo
nem avistô sua beldade
Transformá em uma moça
Que hoje, na realidade

Vai pra igreja casá.
Divid`a sua grande falta
Tirio vai mi conduzí
Até o santo-altá.
Mais eu sinto sua prtesença
Sempre co`eu ocê vai tá.

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