quarta-feira, 30 de junho de 2010

BIG BANG

No último sábado, 26/06/10, estive em uma comemoração de aniversário. O aniversariante, cuja mulher está gravida há aproximadamente 3 meses, todo feliz da vida, fez um discurso muito sui generis - demonstrou, por meio de uma gravação do exame de ultra-som, o som dos batimentos cardíacos de seu filho (a) no ventre materno.
É, o milagre da vida é mesmo emocionante. Ele lá, atento e extasiado, ouvindo aquelas sucessões de "bigs bangs", acho que deveria estar se sentindo um pouco também Deus...
Como a felicidade é contagiosa, também fiquei muito feliz por saber que aquela criança, que ainda nem nasceu, já está sendo amada e aguardada com muito carinho. Até mesmo porque enquanto houver criança sendo maltratada, passando fome, sem que alguém lhe ofereça menor perspectiva de vida, a sociedade humana não evoluirá e o mundo continuará cheio de violência e atrocidades. Pois todo ser humano violento, um dia também sofreu Violência, porque ao invés de ensinar-lhe a amar, ensinaram-lhe a odiar.


O amor, o amor, ó amor!?
Muita vez, faz de mim bufão...
E até rir sentindo dor...
Mas, de lh`amar, não abro mão!

A imagem é
Uma representação
Qu`escond`o real...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

BOLINHAS DE SABÃO

Não, não quero
Não quero brigar
Com a vida,
Com as pessoas...
Quero a paz
A paz de uma criança
Que brinca
Fazendo bolinhas de sabão.
Quero ver toda a beleza
Que essa criança vê...
Tão, tão fugaz
Mas, quando uma bolinha se vai
Logo a criança produz outra.
Felicidade é algo qual bolinha de sabão
Que não dura uma eternidade...
Porém, poderá ser reproduzida
Ao longo da vida de qualquer pessoa.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

EXCLUSÃO

Ontem -14/06/10 - vi algo que me fez recordar de Charles Chaplin. Sua inesquecível personagem Carlitos, retrato fiel do ser humano excluído da sociedade, quiçá, fora criada por ele antes para nos fazer refletir que propriamente para rir. Provavelmente, tivesse ele o sonho de que a humanidade se tornasse menos egoísta, repartisse melhor o acúmulo de riqueza oriundo da exploração da mão-de-obra do trabalhador.
Assim sendo, nunca mais ninguém veria os muitos Carlitos,que perambulam pelas metrópoles do mundo, sendo humilhados e maltratados por pessoas, que nem parecem que foram feitas à imagem e à semelhança do Supremo-Creador.
No entanto, é muito triste constatar; mas ainda há pessoas excluídas da sociedade. Hoje, mais do que nunca, não basta ser um ser humano para ser respeitado - é necessário ter dinheiro para que sejamos vistos como pessoa. Caso contrário, bares, lanchonetes, restaurantes e todos os demais tipos de comércio, expulsarão o sujeito de suas respectivas dependências. Se por um acaso alguma boa-alma se prontificar a pagar um lanche para o infortunado miserável, ele ainda ouvirá:
- Então, espere lá fora!
Perdoai-os, PAI! Eles não sabem que TEU FILHO jaz em cada um desses exlcuídos e, que, deles serão as muitas mordas, que o PAI-SUPREMO lhes reserva no REINO DOS CÉUS.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

CONVERSA DE ADULTO

Eu nasci em uma época em que, como no dizer de Cora Coralina, criança não valia mesmo nada, ou quase isso... "Por dá cá aquela palha, ralhos e beliscões, quando não, uma boa tuda de cinta, que deixava mossas espalhadas pelo corpo inteiro". Havia a chatíssima conversa-de-adulto. a qual crianças não podiam em hipótese nem uma participar, sendo que, muita vez, elas estavam proibidas até mesmo de ouví-las.
Caso um garoto pulasse de "pára-quedas numa conversa, quando os pais dialogavam com outros adultos, apanhava defronte das visitas. Era um horro! Criança não podia ter vontade... Não podia ter querer... Na maioria dos lares, imperava aquela ramerrônica e hipócrita máxima tão em voga e posta em prática naqueles tempos em nome dos bons costumes, da moral e da ética - "Faça o que eu mando; mas não faça o que eu faço".

Pois bem, o mundo deu muitas voltas desde o tempo em que eu fui criança. Aconteceram muitas mudanças. Algumas, boas; outras, nem tanto. Hoje em dia, criança já não é tão recalcada mais pelos pais e educadores. Muitos genitores dialogam com os filhos, aceitam suas opiniões e até mesmo sujestões. Contudo, presenciei uma cena ontem à noite no coletivo, que me fez retroceder aos tempos de minha malfadada infância. Havia um garoto de aproximadamente 8 ou 9 anos, em companhia do pai dele. Eles iam descer no próximo ponto. O pai ergueu-se do acento, que era o anterior ao que fica perto da porta de desembarque:

- Venha, filho!

O menino levantou-se. Ele segurou nos ferros de ambos os extremos do corredor, ergueu os pés e apoiou-os nos planos elevados do assoalho, onde são fixados os bancos.

- Pára com isso, menino! Voce vai cair! - disse o pai, rispidamente.

O garoto obedeceu. Ele estava vestido com uma blusa, que tinha um capuz. O pai cobriu-lhe a cabeça com o capuz. O filho o tirou. O genitor novamente o recolocou à cabeçaz do pequerrucho:

-Não tira o capuz!

- Por quê, pai?

- Porque eu estou mandando!

***