Moço, vim lá do sertão!
Sou parte do grã rebanho
Do povo-gado excluído
Da posse da terra; estranho!
Quem trabalha não ter terra!
Pode ser que sou tacanho
Que o que digo já dissero;
Mais isso, tá certo não!
Pra que nos tirar a terra?
Isso é nos roubar o pão
Da boca de nossos filhos
Homem, cadê compaixão?
Não basta ir lá na igreja
Ajoelhar, comungar
Juntamente com o pobre
Depois não o enxergar
Como semelhante seu
Que tem direito a um lugar
Neste universo caótico
Aqui na cidade-grande
Não é diferente, não.
existe sempre quem mande
Na massa despossuída,
Ou então que desmande
Autoritariamente;
Meaçando decepar
Qualquer gesto de revolta
Daqueles que não em lar.
Ao pobre não há saída
Senão a de ir ocupar
As áreas escarpadas.
A cada chuva um medão
De que tudo venh`abaixo.
Que falta de retidão
desses governos corruptos
Que são pura podridão.
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