sábado, 17 de outubro de 2009

Povo-gado

Moço, vim lá do sertão!

Sou parte do grã rebanho

Do povo-gado excluído

Da posse da terra; estranho!

Quem trabalha não ter terra!

Pode ser que sou tacanho


Que o que digo já dissero;

Mais isso, tá certo não!

Pra que nos tirar a terra?

Isso é nos roubar o pão

Da boca de nossos filhos

Homem, cadê compaixão?


Não basta ir lá na igreja

Ajoelhar, comungar

Juntamente com o pobre

Depois não o enxergar

Como semelhante seu

Que tem direito a um lugar


Neste universo caótico

Aqui na cidade-grande

Não é diferente, não.

existe sempre quem mande

Na massa despossuída,

Ou então que desmande


Autoritariamente;
Meaçando decepar
Qualquer gesto de revolta
Daqueles que não em lar.
Ao pobre não há saída
Senão a de ir ocupar

As áreas escarpadas.
A cada chuva um medão
De que tudo venh`abaixo.
Que falta de retidão
desses governos corruptos
Que são pura podridão.

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