terça-feira, 20 de julho de 2010

PLEBE RUDE

Quando eu ambulo
Pela rua, "fulo"
Vejo o céu cinzento
Carros trafegando
Pessoas pelas calçadas
Num incessante vaivém
Sem que ninguém
Olhe para o rosto
Daquele que passa ao lado.
Fumaça dispersa pelo ar
Pulmões agredidos
Visão embaçada...
Ah! que vida malagueta!
Ali, um saído do bar
A cercar frangos...
Etilizado, ignorado pelos demais;
Não é mais um homem -
É um pau-d`água!...
Acolá, em forma de cão
A fome a virar latas...
Seu dono, tão fomélico quanto a ele
É um mendigo,
Miserável apenas na aparência
Que divide com o animal
As sobras que encontra no lixo.
E, eu, vendo sem ver
Aceito sem aceitar
Normalidade da anormalidade
Que se tornou normal
Regra suprema de uma sociedade
Na qual tudo, tudo, tudo
Transforma-se em lucro para os "maiorais"
Em detrimento da "insignificante plebe rude".

"AGLUTINADO"
Calamitosa...
Pela hora da morte...
Vida porca!
Porca miséria!
Todo mundo pagando pra ver...
Ela torceu o rabo...
A cobra está fumando...
Paliativo!
Um tento, milhões de gritos...
Mas tudo continua
Fora do estádio, nas ruas;
Prolongamento...
Em incontáveis domicílios.
A fome não é zero;
Deixa de lero-lero,
Que eu quero...
Prometido não é caro, meu caro!...
Miragem!É, mas não é...
Porém, prato vazio assusta!
É uma visagem sinistra
Que garanto
Ninguém quer ver...
Jeito há - exorcismo nela!
Há; mas não há!
Ai, minha canela!
É... é sempre o aglutinado,
Que abaixo vai...
Corda, arrebenta
Sem corte de faca ou de navalha...
Aí, ai do aglutinado!
Vota, que vota
Que troca,
Que lá bota
Aquele que só chuta de bota...
No meu saco, não!
Sai pra lá!
O aglutinado não quer
Somente arroz e feijão.
Não à marmelada!...
Pois saúde
Nem pode ele comprar...
Fraudulentos planos
Vendidos caros.
Não poupam nem velhinhos...
Caixão! - eles precisarão!...
Mas será
Que lhes sobrará dinheiro?
Pouca ou nenhuma diferença fará...
Vivos, será um prolemas de vocês...

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